terça-feira, 14 de dezembro de 2010

UM LEMBRETE - SOBRE DOCUMENTAÇÕES




Recebi muitas mensagens de ex-pacientes e também de ex funcionários do Hospital Matarazzo que precisam de documentos, pelos mais variados motivos (principalmente funcionários que trabalharam no Hospital e precisam destes documentos para se aposentar).

Falei com um dos seguranças e ele me reinterou que todas as documentações de ex pacientes e de ex funcionários continuam lá no Hospital Matarazzo.

Quem precisar de documentos, e só aparecer no complexo hospitalar, a partir das 14 horas.
Pergunte pelo Sr Alfredo.

Endereço:
Alameda Rio Claro 190
Bairro: Bela Vista SP/SP

RERORMA DO HOSPITAL MATARAZZO


Oi pessoal.

Depois de alguns meses trago novidades referentes ao Hospital Matarazzo.

Durante esses meses não se sabia absolutamente nada sobre o Hospital Matarazzo. Depois de toda a especulação referente a compra do complexo hospitalar pela empresa WWI - (e a PUC usando o imóvel por locação), que acabou não se concretizando, tudo continuava na mesma, na mesma de anos atrás. O imóvel abandonado, se degradando mais e mais.

Na semana passada recebi um email de um dos nossos grandes colaboradores Hélio Bertolucci, e ele tinha me dito que tinha passado na Rua Itapeva X com a Alameda Rio Claro e viu uma placa no local - e nela dizia: Refix - conservação e restauro, e que ele tinha visto uns andaimes em frente a uns dos prédios que compõem o complexo hospitalar.
Ele tinha tirado duas fotos.

A noticia de imediato era boa, pois é uma coisa que estávamos querendo a anos, porem estávamos querendo saber se tinha alguma empresa interessada no imóvel, se a Previ estava querendo vender para alguém? se a Previ queria apenas fazer uma reforma para conter a degradação? e se com essa possível reforma, eles teriam algum tipo de benefício? (referente ao IPTU do local) e tantas outras dúvidas ...

Eu decidi então investigar. Passei em frente ao Hospital (o que não fazia a algum tempo, devido a falta de tempo) e conversei com os seguranças. Eles tinham me dito que o imóvel iria sim passar por uma reforma, e que a Previ continua sendo dona do imóvel, mas não souberão informar mais nada.

Então decidimos procurar o Senhor Alfredo, lembram dele? O administrador do complexo hospitalar. Ele que tinha nos recebido, quando visitamos o complexo hospitalar.

O Sr Alfredo disse que a Previ está fazendo uma REFORMA EMERGENCIAL, ou seja essa reforma será para CONTER A DEGRADAÇÃO DO COMPLEXO HOSPITALAR. Ele nos disse que as coisas por lá não mudaram tanto, comparado a época que estivemos lá em 2008 e 2009.
A reforma já começou, mas vai se intensificar em Janeiro. Eles já estão trocando as fiações, os encanamentos. Essa reforma vai ser apenas na parte interna ou seja no estrutural.

Ele nos disse que a reforma foi aprovada pelo Condephaat e está sendo supervisionada pela Prefeitura de SP.

Ele disse que não tem nenhuma empresa que está querendo comprar o complexo hospitalar no momento e que o imóvel continua sendo propriedade da Previ.

Perguntamos se podíamos visitar o local e ele disse que no momento não, pois ali está sob risco estrutural. Só mesmo a sede da Previ no Rio de Janeiro pode dar esse tipo de permissão.

Foi isso, se for como ele disse, isso é muito bom, pois o imóvel será reformado, mesmo internamente e assim ele pode ir recebendo a manutenção necessária até poder lhe dar um uso em definitivo ( espero e vamos lutar para que ele volte a ser um Hospital).
É claro vamos continuar de olho neles, na reforma, e em tudo.
Não sei se o momento foi o certo (pois está chovendo muito) mais espero que dê tudo certo e que em breve possamos entrar lá, como em 2008, e ver tudo reformado.

Se for isso mesmo nosso primeiro objetivo vai ser concretizado ...
Vamos esperar para ver ...
Mais news eu volto.
UP

domingo, 22 de agosto de 2010

POLITICA ...QUEM LEMBRARÁ DO HOSPITAL MATARAZZO?




Olá pessoal, fazia um tempinho que não escrevia aqui no blog.
A respeito do Hospital Matarazzo, as coisas continuam iguais. O imóvel é propriedade da Previ ainda, mesmo depois de tantas especulações a respeito.
A Mantenedora da PUC ou seja a fundação São Paulo não tem nenhum interesse no imóvel.
Portanto o imóvel continua na mesma situação dos anos anteriores, continua sendo alvo de muitas especulações, mas, continua abandonado e degradado.
Fiquei sabendo que no interior do imóvel - continua quase igual à época que estivemos lá (em 2008 e 2009), continua quase a mesma coisa, porém um pouco mais deteriorado que anteriormente.
Recentemente na rádio bandeirantes, dois ouvintes que moram na região da Bela Vista forão reclamar, que pela região, inclusive na Alameda Rio Claro, que está tendo muitos mendigos, e durante a noite uns sem terra montam baracas lá em frente. Muitas pessoas estão com medo de passar por ali e serem assaltados.
Dá para perceber que ali, juntamente à um imóvel abandonado, é um lugar ideal para mendigos, e afins se instalarem ali, e o que pode acontecer? O lugar pode ficar ainda mais desvalorizado, e ainda se tornar uma nova Cracolândia e etc.
Mesmo as autoridades os tirando de lá, eles irão voltar, então o que pode ser feito ali, é revitalizar a área, e por quê não reativando o Hospital?
Ficou claro que a Previ pode sim negociar o imóvel, e se alguém, algum governante levantar "essa bandeira", e realmente fazer algo de concreto, podemos ter nosso Matarazzo de volta, e dar uma vida nova ao local.
Tem muita gente por aí, que fala que ali não pode ser um Hospital Público porque iria "atrair muitos pobres para a região", mas que eu saiba isso é preconceito, e a AV Paulista para os desavisados, é frequentada por gente de todo tipo, pobres e ricos, gente de todas as partes.
O Hospital voltando a funcionar, irá ajudar muitas pessoas, poderá revitalizar a área, e é claro, o Hospital pode se tornar um ponto de referência a saúde. O Hospital das Clínicas e a Santa Casa que são os dois maiores Hospitais de São Paulo, são considerados também os melhores.
Se o Matarazzo ou Umberto I for reativado, poderá ser um dos melhores, como outrora já foi!
Estamos em época eleitoral e o que dá para perceber é que os políticos ao invés de apresentarem "boas propostas", fazem baixarias só para ganharem a eleição. Por quê não apresentam propostas realmente boas? Principalmente na questão da saúde pública? Governantes de São Paulo!? Ninguém vai dar uma solução definitiva para o caso do Hospital Matarazzo?
Tanta mentira, dizem tanto um partido quanto o outro dizem que a saúde está uma MARAVILHA! Que as ubs e as amas estão dando conta do recado. E as filas? Demoras no atendimento? Falta de respeito com os pacientes? Cirurgias demorando para serem agendadas?
Não estamos nessa "maravilha" que eles dizem, ao contrário está uma tragédia, e algo tem que ser feito, para começar por quê não reativar um complexo hospitalar que era de renome?
Vamos ver se alguém se lembra dos pobres e de um Hospital que já foi um dos melhores do país!
Fica aqui meu protesto!!!!!







terça-feira, 15 de junho de 2010

HOSPITAL MATARAZZO. VENDIDO OU NÃO, PARA GRUPO DE INVESTIDORES WWI?






Olá pessoal, acho que todos vocês estão sabendo da bomba que foi divulgada há duas semanas atrás nos principais jornais de São Paulo.
Vejam os links com as matérias:
Gente, essas são algumas das matérias publicadas sobre a venda do Hospital Matarazzo para a WWI.
Na verdade eu descobri sobre isso há quase um mês, mas só foi me dito que a PUC tinha comprado o Hospital e nada mais e nos convidaram para essa reunião.
Depois fiquei surpresa com a divulgação da noticia para a imprensa, e mais ainda com os fatos que forão surgindo.
Descobrimos que na verdade quem estava negociando com a Previ era o tal grupo de investidores da WWI, e que a PUC no caso só seria a inquilina, pois eles não tem capital para comprar o complexo Hospitalar.
Segundo a imprensa, a Previ queria vender o imóvel e este grupo ( a WWI) e o grupo hoteleiro francês estavam disputando o imóvel, e o grupo WWI saiu vitorioso.
Fomos na reunião com o pessoal das ongs, e nada foi dito sobre esse tal grupo. Só foi dito que a PUC tinha interesse a muitos anos no imóvel e que queria transformar uma parte do complexo (pequena parte) em Campus da PUC e o restante seria destinado a esse grupo, que irá implantar algo a ver com comércio!
Muita especulação, e ninguém sabe ao certo o que o grupo pretende fazer em relação ao Hospital, se querem fazer lojas, ou hotel, ou seja o que for.
Durante esses dias, a WWI não tinha se pronunciado sobre a venda, e menos ainda a Previ que negava que o complexo tinha um novo dono.
Até que na semana passada eles se manifestaram, e falaram que a Previ vendeu o complexo para eles, e que eles iriam enviar o projeto para o Condephaat para ver se este será aprovado!
Eles dizem que vão preservar? Será? Tudo bem que ali seria bom se transformasse em instituição educacional, mas ser um conjunto de lojas? Não seria melhor ser um centro de saúde?
Ficamos apreensivas, pois não sabemos se vão preservar tudo mesmo, como dizem, pois as palavras somem ao vento e temos que lembrar de 1996. A Previ falava que ia preservar, e no fim, foi descoberto que queriam implantar um shopping ... e que iria demolir quase tudo e o Condephaat sendo conivente ...
E como confiar em uma empresa que foi formada no ano passado, unicamente com o objetivo de comprar o antigo Hospital. Para quê? Por que dizem que são donos do imóvel?
Na semana passada conversei com algumas pessoas, e eles me disseram que o Hospital continua sendo propriedade da Previ. Que a Previ parou com todas as negociações devido a mudança de toda sua diretoria. Até o momento nenhum projeto foi enviado ao Condephaat.
Para confirmar a noticia, passei de frente ao Hospital e me disseram que o Hospital continua sendo imóvel da Previ, tanto que as visitas continuam proibidas e mais. Parece que no ano passado fisseram um pedido à Previ para que fosse realizado missas na Capela (que está em boas condições) mas o pedido foi negado.
Pessoal vamos esperar para ver em que vai dar tudo isso, mas para mim, parece que nada mudou. Hospital Matarazzo é propriedade da "Caixa de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil, ou seja a PREVI.
Mas noticias eu volto,
UP !!!!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

SISTEMA DE SAÚDE EM SÃO PAULO -


Vou falar um pouco sobre a saúde em São Paulo.
Desde muitos anos o sistema de saúde sempre foi deficitário. Sempre houve filas, demoras no atendimento, falta de médicos, falta de leitos hospitalares, de hospitais e etc. Muitos governantes prometeram melhorias, mas até agora muito pouco foi feito no nosso sistema de saúde.

Muitas pessoas reclamam da demora para serem atendidas. Muitas pessoas tem que esperar horas mais horas na fila (de espera), e mesmo assim, nem sabe se serão atendidas. E em muito desses casos, são pessoas que precisam de atendimento rápido.

Muitas vezes, os médicos mau olham na cara das pessoas, e já dispensam! Uma consulta bem rápida! Muitos médicos (não digo todos, mais alguns) são impacientes, grossos ... não fazem um diagnóstico preciso da doença do paciente e isso leva ao erro médico.


Muitas consultas (principalmente em postos de saúde) demoram muito tempo para serem agendadas! Vi pessoas (como eu mesma) com consultas agendadas para mais de três meses.

Além disso sempre falta médicos!


E quando alguém tenta se informar por telefone, sobre consultas, agendamentos e etc, quase sempre é atendido com grosseria. Infelizmente é a falta de educação de alguns profissionais!

Um absurdo, mas eles alegam que é devido a demanda enorme de pessoas (marcadas) e por falta de médicos.

Além desse problema, temos outro, bem grave. Consultas com médicos especialistas e fazer enxames. Muitas vezes, queremos passar em um médico especialista ou fazer um enxame (para saber se temos alguma doença e como ela poderá ser tratada), mas sabemos bem como é a demora para conseguirmos passar em alguma especialidade. Tem pessoas que me relataram que demoraram mais de 1 ano para conseguir um encaminhamento para um especialista!


Temos que esperar e esperar, mas será que aguentaremos até lá!?

E o que dizer sobre os enxames? Geralmente, dependendo do tipo de enxame demora muito tempo para ser agendado!

E esse é o caso de cirurgias também. É muita burocracia! Elas demoram em tanto para serem agendadas. A demanda de pessoas é enorme, são muitas pessoas que estão na fila de espera para serem operadas!

Quando é em caso de transplantes, ainda é pior, pois muitas pessoas acabam morrendo!


Outra coisa a ser discutida aqui, é a grande falta de remédios na rede pública, muitas pessoas acabam tendo que recorrer as farmácias, que cobram preços, dependendo do medicamento, exorbitantes.

Uma coisa que está acontecendo é a centralização da saúde. Antigamente, todos, independente da região da cidade, podiam passar em qualquer Hospital, bastava levar os documentos exigidos. Um grande Hospital tem suas vantagens pois se você precisar fazer algum enxame, é só fazer lá na hora!

Agora as coisas mudaram. Se você quer passar em um especialista, terá que pedir um encaminhamento em um posto de saúde, que demora meses!


Muitos Hospitais de grande porte, só atendem casos graves (como pessoas acidentadas), ou pessoas encaminhadas. Além disso, em alguns casos, eles só atendem pessoas da mesma região onde se localiza o Hospital. Por exemplo, o Hospital Universitário (da USP) só atende o pessoal do Butantã.


Mesmo assim a maioria destes Hospitais sempre são abarrotados de gente. Sempre vivem lotados. As Clínicas, a Santa Casa de Misericórdia e etc!!!!! E com razão, pois estes grandes centros de saúde são bem equipados, fazem todos os tipos de enxames, e se localizam em áreas centrais da cidade. Locais de fácil acesso para toda a população paulistana. Muitos profissionais preferem trabalhar nestes grandes centros, diferente da Periferia ...


Nos hospitais periféricos, muitos profissionais (como médicos) não gostam de trabalhar nessas áreas. Para começar a distância (pois sabemos bem como nossos meios de transporte são deficitários) de suas casas, os baixos salários, a falta de equipamentos modernos nestes hospitais e o pior de todos a violência que rodeia essas áreas.

Já observei muitos médicos pedindo para trabalhar em áreas mais centrais devido a violência. Muitos médicos que trabalham nas periferias, reclamam que já foram assaltados ...!?


Percebemos que os problemas são enormes! Grandiosos!

Muitos bairros periféricos não possuem hospitais, e imagine quantos deveriam ser construídos para suprir toda necessidade da população, mas infelizmente o governo não fazerá isso alegando falta de verbas públicas!!!!!!
Está bem claro que precisamos de mais Hospitais ...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Matéria publicada sobre o Hospital Matarazzo no jornal Diário do Comércio



Olá pessoal, vou comentar sobre a matéria que saiu sobre o Hospital Matarazzo, no início deste mês, no jornal "Diário do Comércio".

Um certo dia quando estava em casa fui pega de surpresa com o telefonema do jornalista Valdir Sanches, que me disse que gostaria de fazer uma entrevista comigo, sobre o caso do Hospital Matarazzo. Ele foi muito simpático comigo! Ele também entrevistou a Sr Martha (nossa amiga e colaboradora - que morou e trabalhou no Hospital).

A matéria saiu excelente e trata bem sobre a questão do Hospital. A matéria foi publicada em uma boa hora, pois na região (Bela Vista) está rolando boatos que um grupo francês está de olho no Hospital (inclusive eles foram até tirar fotos do Hospital em um dia). Não se sabe se eles querem fazer de lá um Hotel de Luxo ou um Shopping, enfim coisas que desrespeitaria por completo as normas de tombamento do Hospital, e que seria algo que beneficiaria poucos! Felizmente é mais um dos boatos que rondam o complexo hospitalar.

Vou postar a matéria, para vocês lerem. Até Mais.



Matarazzo: a agonia de um velho hospital

Hospital fechado em 1993 está em ruínas. População quer a sua reativação.
Valdir Sanches - 7/2/2010 - 20h06

Um conjunto de construções em estilo neoclássico, com quase um século de história de curar doentes, salvar vidas e trazer paulistanos ao mundo jaz em estado terminal, a uma quadra da Avenida Paulista. O Hospital Matarazzo ocupa 27 mil metros quadrados – um quarteirão – na região que tem o metro quadrado mais caro do País. E este fato pode lhe ser fatal.

O hospital foi construído pela colônia italiana de São Paulo, para atender a sua gente. Os dois pavilhões centrais ficaram prontos em 1904. No ano seguinte, a proposta havia mudado. Os doentes de todas as origens e classes sociais eram atendidos ali, gratuitamente.

Na inauguração do hospital, em 1917, o maior doador da obra, o comendador (futuro conde) Francisco Matarazzo, encerrou seu discurso com a seguinte frase: "Para que o preço da saúde dos ricos se reverta em benefício da saúde dos pobres."

Com o correr das décadas, a situação mudou. A família Matarazzo entrou em crise. As contribuições minguaram. O hospital passou a viver uma nova realidade, a do aperto financeiro. Acabou nas mãos do Inamps, antigo órgão de previdência da União. Triste destino. Em 1993, com 89 anos de atividades, fechou as portas.

Três anos depois, em 1996, uma luz acendeu-se na escuridão. O Matarazzo foi comprado por uma entidade bilionária, a Previ, caixa de aposentadoria dos funcionários do Banco do Brasil. Logo se viu, no entanto, que o novo dono não queria reativar o hospital, e sim negociá-lo.

Tombamento –O projeto esbarrava em um problema. Os prédios que formam o complexo hospitalar haviam sido tombados pelo Condephaat e pelo Conpresp, o órgão estadual e o municipal de preservação do patrimônio histórico. Não podiam ser descaracterizados, muito menos demolidos.

Isso tirou toda a graça do que poderia ser uma jóia rara, 27 mil metros quadrados em localização única: o quarteirão formado pelas ruas São Carlos do Pinhal, Itapeva e Alameda Rio Claro. Para se ter uma ideia, o metro quadrado de construções comerciais, na vizinha Avenida Paulista, pode chegar a R$ 9 mil. Quanto valeria um shopping, um hotel de luxo que se construísse nesse lugar?

Sem essas possibilidades, o hospital agonizou nestes 17 anos. Não inteiramente só. Dois grupos de resistência se formaram com moradores do bairro (Cerqueira César) e ex-pacientes e funcionários do hospital. Eles têm a mesma percepção: a Previ está esperando os prédios virem abaixo, para vender a área.

Luta – A advogada Célia Marcondes é uma das que pensam assim. "O abandono do hospital parece de propósito, para deixar cair", diz. Célia e a entidade que preside, a Samorc, sociedade de amigos e moradores de Cerqueira César, são bons de briga. Em seis anos, conseguiram o fechamento de trinta boates e bares que tiravam o sossego do bairro. No caso do Hospital Matarazzo, vão à Justiça.

"Vamos acionar o poder público (Estado e Prefeitura) e a Previ", diz a advogada. O objetivo é o mesmo: que o hospital seja recuperado. "É um patrimônio histórico, do interesse das gerações futuras", completa Marcondes.

Ela considera praxe, em São Paulo, prédios históricos serem levados à ruína para dar lugar a um shopping center ou outro empreendimento. "Mas a sociedade já ficou esperta e sabe o que acontece. Agora basta. Não se aguenta mais isso", desabafa.

Célia diz que existem grupos interessados em comprar o hospital e torná-lo referência em saúde. "Esta região tem uma demanda importante." Há algum tempo, a Fundação Zerbini, ligada ao Hospital das Clínicas, tentou alugar o complexo hospitalar por vinte anos. Mas, dado o custo das obras para reativá-lo, desistiu.

Alternativas – A Samorc tem 15 diretores e uma comissão de preservação do patrimônio histórico. Vê três possibilidades para a solução do problema: a Previ transformar os prédios em um hospital para seus associados; vendê-lo para quem possa recuperá-lo e que atenda doentes particulares e públicos; a colônia italiana comprar o hospital para o seu uso, com o poder público. "Conheço hospitais na Itália que têm a mesma arquitetura. Em um deles, em Bolonha, a arquitetura está preservada, mas em seu interior há um novíssimo hospital."

No Butantã, uma moça de 25 anos, que vive das roupas e bolsas que produz, e quer ser arquiteta, comanda outro flanco em benefício do hospital. Luana dos Santos Freitas tem um bom motivo: nasceu lá. Além disso, ela e sua irmã mais velha, Aldeneide, sofriam de bronquite. "A gente não saía do hospital, até Natal passamos lá."

Há três anos, passando casualmente à porta, resolveram entrar. "Vimos aquilo caindo, e achamos que algo precisava ser feito para recuperar, enquanto havia tempo", lembra Luana. A última vez em que esteve lá foi janeiro de 2009. Depois disso, as visitas foram proibidas (inclusive para jornalistas).

Sua última visão: muita infiltração de água e encanamentos apodrecidos. No primeiro andar, onde funcionavam ambulatórios e a casa de saúde, o teto desabou. Em outro, o telhado está todo furado. Um elevador foi retirado, e ficou o poço. Em alguns lugares há buracos na parede.

Encontramos até pombos mortos. O que é visto por fora não dá ideia da deterioração que existe lá dentro", diz Luana.

Campanha – Ela começou sua campanha pelo Orkut. Pesquisou no arquivo do hospital, falou com outros ex-pacientes, foi ao Condephaat. Por fim, criou um blog, em que narra toda a história e a situação do Matarazzo (hospital-matarazzo.blogsport.com). Nele, lê-se que a capela foi construída em 1922.

Mais tarde, surgiu a Ars Médica, associação para o ensino da Medicina, com uma importante biblioteca. Em 1925, na presença de autoridades públicas, Francisco Matarazzo inaugurou a Casa de Saúde Ermelino Matarazzo. O nome era uma homenagem a seu filho, morto ainda jovem em acidente na Itália.

A maternidade surgiu em 1943, com o nome da Condessa Filomena Matarazzo, mulher de Francisco. As enfermarias foram ampliadas e novos equipamentos foram instalados. Criaram-se setores especializados. Em 1953, nasceu o Instituto de Neurologia.

Na semana passada, Luana passou pela calçada do hospital, na vertente da Alameda Rio Claro. "Chovia, e as janelas estavam abertas. De dentro, vinha um cheiro forte de mofo."

Enfermeira lembra do local com carinho

Nos dois anos em que Martha Maria Ribeiro trabalhou no Hospital Matarazzo havia uma enfermaria para mulheres no subsolo. Era a Seção dos 500, não porque tivesse 500 doentes, mas porque esse era seu número. "Era tudo bonito, limpo, funcional", lembra ela, hoje, aos 68 anos.

Pudera, a irmã Claudemira, enfermeira-chefe, trazia tudo sob "muita ordem e pulso". Os pacientes, que nada pagavam, eram tratados com desvelo. "O segredo disso era a dedicação das irmãs."

Martha morou e trabalhou no hospital enquanto fez um curso de auxiliar de enfermagem. Isso há quase 40 anos, entre 1971 e 1972. Seu turno, na enfermaria para mulheres, ia das 14h às 22h. Às vezes, faltando dez minutos para sair, surgia a irmã-chefe do setor. "Ela se informava sobre tudo, assistia à passagem do plantão."

E às sete da manhã seguinte, na passagem do novo plantão, lá estava a irmã-chefe. "Assim, ficava sabendo de tudo o que acontecia de noite e também de dia. Tinha todo o controle na mão." Depois de algum tempo, Martha passou para o Pronto-Socorro, que tinha o mesmo padrão do hospital. "Bem equipado, e muito bom."

Perto da Seção dos 500 e do Raio-X começava um túnel. Terminava próximo à entrada do necrotério. Era bem comprido, "do tamanho de um quarteirão médio e meio". Dois elevadores chegavam até ele. Por um deles desciam os corpos a caminho do necrotério.

Não dava medo passar pelo túnel? "Eu sempre passei e não vi nada de estranho." Mas nem todos achavam isso. Tinha uma médica que sozinha não ia, só acompanhada."

Terminado o curso, formada, Martha mudou para um hospital mais perto de sua casa. Há dois anos, aposentada, visitou o Hospital Matarazzo. Chegou cheia de "lembranças boas dos momentos muito bons que passamos". Saiu horrorizada. "O hospital está abandonado, num estado deplorável."

Hoje, ela tem nova atividade, ligada a ele: sai à rua a cata de assinaturas para um abaixo-assinado em que pede a sua recuperação.

Por enquanto, só planos

O Diário do Comércio informou à assessoria da Previ, por e-mail, conforme foi solicitado, sobre a posição das pessoas e movimentos sociais que tentam salvar o Hospital Matarazzo.

O DC também perguntou se há solução ou projeto para recuperação do antigo hospital. A resposta foi de que "está sendo feita manutenção mínima, para que os prédios se mantenham em condições, sem risco de desabamento." E que "continuam os estudos para viabilizar alguma solução, mas ainda nada há de certo". A assessoria da Previ também confirmou que o hospital continua fechado à visitação.

http://www.dcomercio.com.br/Materia.aspx?id=38323&canal=2









quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

UM VÍDEO SOBRE O HOSPITAL


Olá pessoal ...
Hoje vou postar um link de um vídeo que fissemos sobre o Hospital Matarazzo, com a colaboração de nossa amiga e colaboradora Anette Manso.
Este vídeo está contando um pouco sobre a História do Hospital, seus dias de glória, até entrar em crise e em consequência, sua desativação em 1993, e seu estado atual de descaso e abandono.
Então eu convido a todos para assistirem o vídeo.