sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

UM TEXTO SOBRE O DR ARCHIMEDES LAMMOGLIA

Olá pessoal, estou de volta.
Desta vez postarei algo diferente, vou postar um texto (que foi escrito pelo deputado Edmir Chedid) sobre o médico Archimedes Lammoglia, ele foi uma figura de destaque no Hospital Matarazzo.
Embora eu não me lembre se cheguei a conhecé-lo (quando frequentava o Hospital Matarazzo quando funcionava), falei com alguns ex funcionários, que conheceram o Dr Archimedes! Muitos disseram que ele era uma pessoa muito prestativa, generosa, na dele entre outras coisas.
Segue abaixo o texto:


O DOUTOR ARCHIMEDES LAMMOGLIA,sobejamente conhecido nos meios médicos e políticos, gozando de popularidade, mercê de sua liderança.
Espontâneo, de espírito jocoso, escondia atrás de sua simplicidade, um cirurgião de capacidade comprovada por diuturno exercício da medicina. Viveu com pobreza franciscana, num quartinho de monge, no Hospital Umberto 1 (ex. Matarazzo) que foi o refúgio e o amparo de sua mocidade pobre. Pela manhã operava e atendia os doentes. A noite antes de dormir percorria o quarto dos pacientes, levando-lhes o conforto e a tranqüilidade de sua presença permanente.
No Hospital, ninguém o tratava com formalidades mas nutriam por ele um profundo afeto.
Este humanitário cirurgião começou os estudos na escola primária da cidade de Salto, continuando em Itú. Veio para São Paulo em 1939 a procura de emprego que lhe possibilitasse freqüentar escola.

Foi encaminhado por amigos para o Hospital 1 e combinou com a irmã Teodolinda prestar serviços ao Hospital, em troca de cama e mesa, o que fez imediatamente. A Irmã Adriana arrumou-lhe um leito na
"sinagoga", apelido dado ao local que ficava em baixo da última enfermaria. Passou a freqüentar o Colégio Pan Americano e só a Irmã Superiora sabia sobre seus estudos.

Vivia como podia, recebia também um pouco de dinheiro de casa, seu pai lhe mandava.
Entrou para a Faculdade de Medicina Veterinária, onde o curso era gratuito. Tinha também pré-médico que, nos meios estudantis, era chamado de "pré-salada". Fez vestibular em 1941 para a Escola Paulista
de Medicina, formando-se em 1947.

Frisava que o importante em sua vida era o seu início no Hospital, onde começou na função de faxineiro. Sentia o maior orgulho desse cargo alegando que ele abriu todos os horizontes pois face ao seu exercício recebeu todos os incentivos do hospital para a sua vida estudantil, o que retribuiu com gratidão fiel e constante, com dedicação generosa aos que dele necessitava.

Depois de faxineiro, foi porteiro, trabalhando também no necrotério e como ajudante de enfermaria. Trabalhou também na farmácia ambulatório do Hospital foi fundado por ele, quando era enfermeiro.

Sofreu perseguição da Superintendência do Hospital, que mudou seu horário de trabalho para 8 horas, o que o impedia de trabalhar, além de ter sido expulso do local onde morava, mas escondeu-se no Biotério,
uma casa velha que existia no fundo Hospital, levando consigo apenas uma cama e um caixão de cebola onde se apoiava para estudar.

O novo Superintendente, Dr. Ênio Botelho Perrone, sabendo de sua existência, mandou chamá-lo,contratou-o como enfermeiro, para trabalhar 4 horas por dia, mas ganhando a metade do salário, descontando também as despesas com o uso de utilidades no Hospital Isso foi em 1943 e, nessa época, estava cursando o segundo ano de medicina.


Seu primeiro envelope de pagamento foi guardado, por ele, até a sua morte, alegando ter sido ele sua maior emoção, o produto do seu trabalho.

Seu quarto, localizava-se no segundo andar do prédio principal do Hospital, de onde foram feitas várias tentativas para despejá-lo,impedidas todas elas pelo então Conde Matarazzo, justificando que "Lammoglia era um patrimônio moral daquele Hospital". Proibiu expressamente que alguém tocasse em seus móveis e assim continuou no quarto, onde recebia seus amigos e o grande número de pessoas que necessitavam de seus cuidados.

Quando o Brasil entrou na segunda Guerra Mundial(1 942),houve intervenção Federal no Hospital. Havia uma biblioteca médica e literária, uma das maiores de São Paulo. Os investigadores atiraram tudo pelo porões e ele, a pretexto de tratar dos pacientes, ia até lá para conseguir recuperar, um a um, os livros e a documentação também. Os seus livros pessoais foram escondidos em um armário, camuflado com colchões, em seu próprio quarto.

Em 1954 o Hospital completou seu cinqüentenário e a Condessa Mariangela Matarazzo pediu-lhe que fizesse um histórico do Hospital e ele, valendo-se das atas, fez o trabalho, sem arte literária, mas contando o que tinha havido de real. Nesse mesmo ano vieram procurá-lo para candidatar-se a Deputado Estadual, conseguindo uma suplência. No ano seguinte foi eleito Vereador à Câmara Municipal de São Paulo e em 1958, Deputado Estadual, cumprindo oito mandatos. Em 3 de novembro de 1964 assumiu o cargo de Secretário de Estado da Saúde Pública e da Assistência Social, pelo período de 10 meses.

Nunca cobrou por uma cirurgia. Sua lógica era simples demais: porque estudou de graça entendia que não deveria cobrar. O salário de médico lhe bastava. Nunca comprou uma peça de roupa Ganhava tudo de presente. Quando o paciente não tinha condições de pagar radiografias, ele mesmo pagava.

Na Santa Casa de Itú, fazia cirurgias pelo I e o recebimento pelas mesmas era depositado em sua conta bancária , naquela cidade. No final do ano, fazia um levantamento de quanto foi depositado e dividia entreos funcionários daquela Casa.

Passou da casa dos 100 mil as cirurgias que fez. Dividiu sua vida entre a medicina e a política.

Homem, sem vaidades, com nobreza de caráter, norteou sua vida em beneficio da população mais pobre. Dividiu o seu saber e deixou um legado de exemplos de solidariedade, de esperança e fé na grandeza da
humanidade, curando doentes, fazendo da medicina uma nobre missão, com se fora uma constante determinação divina, com a superioridade nascida, apenas com aqueles que realmente passaram por especial
escolha de aqui estarem para registrar um límpido exercício de "ser realmente humano".

O DEPUTADO ARCHIMES LAMMOGLIA, faleceu no dia 08 de junho de 1996



Então pessoal, é isso por hoje!
Bis Bald!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DESTINO DO IMÓVEL

OLá gente, voltei.
Vou falar um pouco sobre o destino que muitas "pessoas" dariam para o antigo Hospital.
Sabemos que quando o Hospital foi desativado, seus atuais donos (ou seja, a PREVI) queria demolir grande parte do Complexo para construir um Shopping, um flat, salas comerciais, e um pequeno Hospital particular, e todos sabem que esse projeto seria realizado de maneira totalmente ilegal.
Porém, os moradores da Bela Vista entraram com um processo judicial contra a PREVI para impedir que eles implantassem esse projeto.
E o destino do antigo Hospital está totalmente indefinido. O certo é que se ele continuar como está, se ninguém fazer nada, ele vai ruir!
O antigo Hospital abrigou nesses tempos, dois eventos: A Casa Cor 2003, e a Casa dos Criadores em 2005. Ambos tiveram grande repercussão, e receberam um grande público!
Para receber esses eventos, uma parte da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo (nos primeiros andares) e o pronto socorro, passaram por uma pequena reforma!

Em 2005, a PREVI chegou a fazer um contrato de locação do antigo complexo, para a fundação Zerbini, onde eles (a fundação Zerbini) teriam que pagar o IPTU do imóvel, bancar a reforma/restauro, e depois readaptá-lo para transformar em um centro de transplantes. A locação seria por 20 anos. Depois a PREVI poderia dispor do mesmo imóvel (com o fim da ação judicial). E o valor do terreno triplicaria, então de certo modo essa locação não seria legal, pois ninguém sabe se depois desse tempo, com o fim do processo, a PREVI poderia tentar novamente implantar aquele projeto horrivel!.....
Mas a fundação Zerbini acabou desistindo do acordo! O contrato poderia ser rompido no periodo de um ano, por ambas as partes.
A PREVI foi ingênua, pois é obvio se alguém vai investir muito dinheiro em uma coisa, ela teria que ser a proprietária! Que vantagens ela (a fundação Zerbini) teria nesse negócio, sendo que depois de 20 anos investindo dinheiro no Complexo, e depois, teria que devolver o imóvel para a PREVI!!!!! Se a PREVI quer ter um destino certo para o imóvel, porque eles não vendem? Se fosse para alguém que pagasse bem, que preservasse o complexo (não demolir nada e respeitando as normas de tombamento) e o imóvel fosse reativado na área da saúde ou da educação, não teria problemas em vendé-lo pois todos estariam de acordo!

O tempo continua sendo cruel com o antigo Hospital, cada mês, porcausa das chuvas intensas e sua falta de manutenção, o Complexo está se deteriorando mais e mais. Muitas pessoas que tiveram algum tipo de ligação com o Hospital, quando passam de frente ao imóvel, desativado e abandonado, ficam perplexas com oque veen!
É unanime, todas as pessoas gostariam de ver o complexo reativado, mas muitos tem opiniões diferentes sobre oque o complexo poderia abrigar (funcionar).


* Umas pessoas gostariam que o complexo se transformasse em um museu (ter exposições de obras de arte "quadros", entre outras coisas, para rivalizar com o MASP, que fica próximo ao Complexo.

* Outras gostariam que o complexo se tornasse um centro de estudos, tendo cursos e afins, enfim uma faculdade.

* Outros gostariam que o complexo se transformasse em um Hotel de luxo.

*Outros gostariam que lá se transformasse em um centro de estudos da medicina.

* Muitos gostariam que o complexo voltasse a sua função original e única, voltasse a ser HOSPITAL PÚBLICO!


Eu sou totalmente afavor do complexo voltar a ser um Hospital e Público. Tudo bem que as outras coisas citadas são muito importantes, mas Hospital é mais importante ainda, pois seria de utilidade não só para alguns, e sim para todos!
Breve vou escrever meu ponto de vista sobre possiveis destinos para o antigo Hospital: Museu, Faculdade, Hotel, centro de estudos e HOSPITAL!
E também sobre as vantagens que a PREVI poderá ter, se vender o Complexo!

Tot Ziens mijn vrienden!