Olá pessoal, vou me apresentar.
Meu nome é Luana, tenho 24 anos e sou de São Paulo.
Minha história no hospital Matarazzo é antiga, não era funcionária, nem médica, mais sim eu era uma paciente.
Nasci na Maternidade Condessa Filomena Matarazzo no dia 25 de Junho de 1984, e desde ali começei a frequentar o Hospital com a minha mãe e irmã!
Nós iamos lá, com muita freqüência, pois naquela época minha irmã e eu eramos muito doentes, sofriamos, principalmente de problemas respiratórios como Bronquite e Pnêumonia.
Minha mãe sempre ia me levar quase todos os dias ao hospital, sempre depois de passar muito mau durante a noite, sempre com muita febre. Podia ser em qualquer dia da semana, Domingos, feriados, como em um Natal de 1986! Enfim...a coisa era feia.......
Sempre iamos pegar o ônibus " praça da Bandeira" em cedo, e deciamos do busão, depois do tunél 9 de Julho, e subiamos a rua até chegar na Alameda Rio Claro!
Meu pai trabalhava nesta região (na Av Paulista, próximo ao hospital) durante muito tempo, e também já morou no bairro (da Bela Vista).
Na época, não me lembro se tinha o muro que tem agora, e o prédio era mais novo...mesmo que com os anos foi se deteriorando.
As cores eram bem berantes; amarelo, com as Janelas verdes, porém era um complexo de origem Italiana era muito bonito, clássico e enorme! Eram muitas pessoas que eram atendidas ali. A fila era grande...
Lá dentro também era bonito, mais como eu era muito pequena naquele tempo, não gostava muito das filas e das demoras! Iamos de um lugar para o outro, passavamos na consulta e depois iamos tirar raio X, que eu odiava, tinhamos que pegar aquele elevador de Manivela (escuro que fazia um barulhão) e iamos para aquela parte escura do hospital! Depois disso, iamos novamente passar na consulta, para depois tomar as famosas injeções! Essas faziam parte de nossas vidas, (eu já cheguei a tomar injeções todos os dias, de manhã e de tarde), e também as inalações, tomar remédios e etc! Me lembro que os médicos e as enfermeiras eram muito legais (claro, tirando na hora das agulhadas que eu chorava para não tomar). Gostava de ficar reparando no prédio, olhava as Janelas, os elevadores, as alas, as pessoas (mesmo aquelas em estado terminal), a Maternidade, os jardins que separavam uma ala da outra e até nos banheiros.
Achava o lugar muito lindo!
Eu lembro do busto do Conde Francisco Matarazzo, de uns retratos das enfermeiras pedindo silêncio, de um quadro de uns escravos.... e os bancos, as cadeiras!
Bem, tudo isso era uma rotina diária!!!!!! E foi assim por muito tempo.
Uma coisa que era comum é que sempre estavamos com febre. Uma vez eles me deram um banho com água gelada, para ver se a febre abaixava!
Álem do Matarazzo, passamos em muitos outros hospitais, mais o Matarazzo era sem dúvida, o mais que frequentavamos.
Infelizmente, no Hospital Matarazzo, presenciamos a morte da nossa tia, Iorides, que estava sofrendo de Hepatite B, e infelizmente, nada os médicos puderam fazer para salvá-lá!!!!! Ela foi descobrir a doença, tarde demais. Isso foi em 1988.
As vezes mesmo sendo criança, me impressionava com o estado de algumas pessoas na parte do pronto socorro.
Muitas sem orelha...sem mão........
Também passavamos em consultas normais, desde aquela época eu era (e sou bem magra), e passava em um especialista, além de passar no pediátra, no dermatologista e afins.
Com o passar dos anos, em 1990! Infelizmente parecia que o hospital estava entrando em crise, além disso, o complexo parecia estar precisando de umas reformas, mais não fisseram nada.
Mesmo assim em 1990 fomos muitas vezes lá.
A ultima vez que estive lá (com a minha mãe) foi em 1992, o hospital parecia que estava com seus dias contados, era muio triste ver aquele lugar tão bonito que salváva tantas pessoas, entrando em crise.
Em 1993, depois que voltamos de uma viagem, e eu estava estudando (na verdade estavamos em greve), fiquei sabendo pelos jornais da TV que o hospital Matarazzo, ou Umberto Primo havia sido interditado pela vigilância sanitária, e por estar com dividas altissimas, má administração, ou seria a especulação imobiliária? Que tinha intenções de demolir o complexo hospitalar para construção de um shopping, flat e salas comerciais? (Depois eu falarei melhor sobre isto).
De fato isso prejudicou muito os paulistanos que perderam um grandioso, o mais belo hospital de São Paulo, e graças ao descaso do governo, deixaram o hospital fechar.
Depois disso continuei estudando, e graças a este hospital que deixaram fechar, eu já não estava com nenhum problema de saúde, estava curadissima. E assim foi passando o tempo.
E eu falo depois, oque me motivou a querer reabrir o hospital?
Já falei todos os motivos...mais a História continua....
6 comentários:
Ola, preciso de ajuda, estou buscando informações para saber qual é minha mãe, eu sei que nasci no hospital matarazzo. 15 de setembro 1890. vc sabe dizer como posso fazer para localizar as mães que neste dia estiveram la ?
Wagner Moreira
wagner@smsiptelecom.com.br
Gostei muito do seu trabalho, se minha ajuda lhe for útil, moro na zona sul e trabalho com informática na telefonica, parabéns pelas postagens
meu email é lucas.lima@abilitytecnologia.com.br
Oi Lucas tudo bem?
Muito obrigado pela oferta de ajuda, e é claro que eu aceito! Agora é a hora de todos nós da cidade de São Paulo nos unirem para tentarmos salvar nosso H.Matarazzo do abandono, da degradação e dos predadores!
Logo entrarei em contato com você por email ok!
Obrigado desde já!
Nasci no hospital no dia 20/4/68 e queria saber como consigo saber a hora que nasci. Na minha certidão de nascimento, não consta nada. Obrigada.
Adorei todas as histórias e fotos e também sou de origem italiana e se tiver algo que possa ajudar, me avisem.
Pusanmartin@hotmail.com
Olá sou ex-paciente deste hospital Matarazzo, onde no ano de 1976, me foi feita uma cirurgia de Sopro no coração, que no meu caso tal problema era grave pois eu tinha na época 4 anos. Se não operassem deste problema, eu morreria e mesmo fazendo a cirurgia eu corria o risco de morrer. Me recordo na época onde fiquei internado neste hospital, pois tenho lembranças deste lugar, e mesmo na época que tinha 4 anos me lembro do corredor onde tinha um elevador, que dava acesso aos quartos onde ficavam somente crianças. É uma pena que foi desativado em 1993, e vejo que o descaso sobre a saúde pública vem de longa data, lamentável.
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