Entre os imigrantes que chegaram ao Brasil no final do século XIX, a maioria era de origem italiana. Buscando melhores condições de vida, boa parte deles se fixou no Estado de São Paulo e alguns fizeram fortuna. Famílias como as dos Pignatari, Gamba, Falchi e Matarazzo, por exemplo, em pouco tempo já se destacavam no cenário dos “imigrantes que deram certo”. Colônia unida, logo criaram associações para ajudar os menos favorecidos. Foi assim que surgiu a Societá Italiana de Beneficenza in San Paolo, cujo objetivo era construir um hospital por meio de doações dos mais abastados. Muitos contribuíram, mas foi o Conde Francisco Matarazzo quem mais se engajou na iniciativa. A pedra fundamental do primeiro prédio deste atual complexo hospitalar, construído em 1904, foi doada por ele. Onze anos depois, o Conde custeou a obra e os equipamentos médicos de uma nova ala.
Assim surgiu a Casa de Saúde Francisco Matarazzo, que tinha como slogan “A saúde dos ricos para os pobres”. Em 1925, ele financiou outra construção no terreno, a Casa de Saúde Ermelindo Matarazzo. A idéia de construir a Maternidade,
foi de sua mulher, a condessa Filomena Matarazzo. Já a capela, hoje Igreja de Santa Lúcia, surgiu da iniciativa de sua cunhada, D. Virginia Matarazzo, que queria homenagear a santa padroeira da família. Durante muito tempo, o complexo hospitalar chamou-se Ospedale Umberto I e sua administração era escolhida por uma assembléia e pelo Cônsul Geral da Itália. Em 1941, passou a denominar-se Beneficência em São Paulo Hospital Nossa Senhora Aparecida e Casas de Saúde Matarazzo, sob a direção da Fundação Ítalo-Brasileira Umberto I.
Em 1970, o hospital firmou convênio com o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) e por mais de dez anos foi considerado um excelente espaço de formação de profissionais. A maternidade, por exemplo, era vista como a melhor da América do Sul. Entre seus funcionários, estava a parteira oficial dos Matarazzo que, a partir de então, passou a fazer ali os partos de todos os netos e sobrinhos do Conde Francisco.
Foi neste hospital também onde se montou o primeiro banco de sangue do Estado de São Paulo. Mas por falta de recursos, uma vez que sempre dependeu de doações e das contingências político-econômicas para sobreviver, o complexo hospitalar foi vendido em 1996 para seus atuais proprietários: a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – PREVI.
Atualmente o terreno serve de estacionamento.
No antigo complexo aconteceram dois eventos: Casa Cor em 2003, e casa dos criadores em 2005.
ARQUITETURA DO HOSPITAL MATARAZZO
uando em 1878 a Societá Italiana de Beneficenza in San Paolo adquiriu o terreno que hoje compreende as atuais ruas São Carlos do Pinhal e Itapeva e a alameda Rio Claro, sua pretensão era construir um hospital para os imigrantes italianos que viviam nesta cidade. Entretanto, devido à escassez de recursos, só em 1895 é que a entidade começa a levar adiante a idéia. Os arquitetos Luigi Pucci e Giulio Mecheli vieram da Itália e idealizaram um prédio com capacidade para 250 leitos. De padrão neoclássico, possuía dois andares, divididos em duas alas e um anexo para doentes que podiam pagar. Mais uma vez, a falta de dinheiro impossibilitou a obra.
Foi só em 1904, graças às doações de ricas famílias imigrantes, como os Matarazzo, que finalmente o sonho tornou-se realidade. O projeto inicial, assinado por Giulio Micheli, não previa a expansão do hospital. Por isso, foi construído na parte central do terreno de 27.419 m2 o edifício que hoje é conhecido como Pavilhão Administrativo. De estilo Florentino, constitui-se de duas alas para cem leitos e sala médica. Cozinha e lavanderia foram feitas posteriormente. Em 1915, o Conde Francisco Matarazzo encomendou ao arquiteto italiano G.B. Bianchi, também responsável por seu palacete na Avenida Paulista, a construção da Casa de Saúde que leva o seu nome. Esta, assim como a capela (de 1922) e a Casa de Saúde Ermelindo Matarazzo (de 1929), seguem os mesmos princípios florentinos do primeiro prédio.
Sempre em expansão, o hospital ganhou novas alas, porém de arquitetura pouco expressiva. Entre elas a Clínica Pediátrica Amélia de Camilis (em 1935) e o Pavilhão Vitório Emanuele III (em 1937). foi erguido em 1943. Por iniciativa de sua mulher, a condessa Filomena Matarazzo, o Conde Francisco encomendou ao arquiteto Francisco Verrone, depois substituído pelo arquiteto Mário Calore, a construção da maternidade.
Batizado com o nome de sua esposa, o edifício tem a arquitetura típica italiana da década de 30. Com proporções e simetrias neoclássicas, destaca-se a sobriedade, a imponência e a contenção dos detalhes.
Pela conservação da estrutura física dos prédios e pela importância em relação à vida pública e social da cidade de São Paulo, todo o complexo hospitalar, que compreende 9.870 m2 de área construída, encontra-se tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico).
Assim surgiu a Casa de Saúde Francisco Matarazzo, que tinha como slogan “A saúde dos ricos para os pobres”. Em 1925, ele financiou outra construção no terreno, a Casa de Saúde Ermelindo Matarazzo. A idéia de construir a Maternidade,
foi de sua mulher, a condessa Filomena Matarazzo. Já a capela, hoje Igreja de Santa Lúcia, surgiu da iniciativa de sua cunhada, D. Virginia Matarazzo, que queria homenagear a santa padroeira da família. Durante muito tempo, o complexo hospitalar chamou-se Ospedale Umberto I e sua administração era escolhida por uma assembléia e pelo Cônsul Geral da Itália. Em 1941, passou a denominar-se Beneficência em São Paulo Hospital Nossa Senhora Aparecida e Casas de Saúde Matarazzo, sob a direção da Fundação Ítalo-Brasileira Umberto I.
Em 1970, o hospital firmou convênio com o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) e por mais de dez anos foi considerado um excelente espaço de formação de profissionais. A maternidade, por exemplo, era vista como a melhor da América do Sul. Entre seus funcionários, estava a parteira oficial dos Matarazzo que, a partir de então, passou a fazer ali os partos de todos os netos e sobrinhos do Conde Francisco.
Foi neste hospital também onde se montou o primeiro banco de sangue do Estado de São Paulo. Mas por falta de recursos, uma vez que sempre dependeu de doações e das contingências político-econômicas para sobreviver, o complexo hospitalar foi vendido em 1996 para seus atuais proprietários: a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – PREVI.
Atualmente o terreno serve de estacionamento.
No antigo complexo aconteceram dois eventos: Casa Cor em 2003, e casa dos criadores em 2005.
ARQUITETURA DO HOSPITAL MATARAZZO
uando em 1878 a Societá Italiana de Beneficenza in San Paolo adquiriu o terreno que hoje compreende as atuais ruas São Carlos do Pinhal e Itapeva e a alameda Rio Claro, sua pretensão era construir um hospital para os imigrantes italianos que viviam nesta cidade. Entretanto, devido à escassez de recursos, só em 1895 é que a entidade começa a levar adiante a idéia. Os arquitetos Luigi Pucci e Giulio Mecheli vieram da Itália e idealizaram um prédio com capacidade para 250 leitos. De padrão neoclássico, possuía dois andares, divididos em duas alas e um anexo para doentes que podiam pagar. Mais uma vez, a falta de dinheiro impossibilitou a obra.
Foi só em 1904, graças às doações de ricas famílias imigrantes, como os Matarazzo, que finalmente o sonho tornou-se realidade. O projeto inicial, assinado por Giulio Micheli, não previa a expansão do hospital. Por isso, foi construído na parte central do terreno de 27.419 m2 o edifício que hoje é conhecido como Pavilhão Administrativo. De estilo Florentino, constitui-se de duas alas para cem leitos e sala médica. Cozinha e lavanderia foram feitas posteriormente. Em 1915, o Conde Francisco Matarazzo encomendou ao arquiteto italiano G.B. Bianchi, também responsável por seu palacete na Avenida Paulista, a construção da Casa de Saúde que leva o seu nome. Esta, assim como a capela (de 1922) e a Casa de Saúde Ermelindo Matarazzo (de 1929), seguem os mesmos princípios florentinos do primeiro prédio.
Sempre em expansão, o hospital ganhou novas alas, porém de arquitetura pouco expressiva. Entre elas a Clínica Pediátrica Amélia de Camilis (em 1935) e o Pavilhão Vitório Emanuele III (em 1937). foi erguido em 1943. Por iniciativa de sua mulher, a condessa Filomena Matarazzo, o Conde Francisco encomendou ao arquiteto Francisco Verrone, depois substituído pelo arquiteto Mário Calore, a construção da maternidade.
Batizado com o nome de sua esposa, o edifício tem a arquitetura típica italiana da década de 30. Com proporções e simetrias neoclássicas, destaca-se a sobriedade, a imponência e a contenção dos detalhes.
Pela conservação da estrutura física dos prédios e pela importância em relação à vida pública e social da cidade de São Paulo, todo o complexo hospitalar, que compreende 9.870 m2 de área construída, encontra-se tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico).